sábado, 2 de novembro de 2013

Sendo Realista

E quem um dia irá dizer que existe razão
para esse grande nada?

Quanto mais eu penso nos objetivos da vida,
menos sinto necessidade de viver.

Toda vez que eu penso no presente,
sinto que tudo é passado.

Quanto mais eu tenho noção da realidade,
menos eu queria ter...

Cada vez tenho mais certeza que podemos ser tudo nesse mundo,
menos, felizes.

Vazio

Se não tenho um deus para acreditar em outra vida.
Se me sinto órfã por não me encaixar em minha família.
Se não tenho um amor para acreditar em um final feliz.
Se me sinto estúpida, mas não sei romper com a estupidez.

Se não tenho um partido para tentar mudar o mundo.
Se me sinto perdida em qualquer lugar que vou.
Se não tenho amigos para me ajudarem a entender o que sinto.
Se me sinto impotente para ser o que não sou.

Se não tenho planos para um possível futuro.
Se me sinto sozinha mesmo estando acompanhada.
Se não tenho alguém para confiar os meus segredos.
De que vale a vida? De que vale o nada?

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Minha imagem

Quando me olho no espelho
não me vejo refletir,
olho para todas as coisas
mas eu mesmo sumi.

Quando eu olho minha face
não vejo mais a cara pintada,
vejo um fantasma sozinho,
assombrando o nada.

Quando me olho nos olhos,
não posso ver meu olhar,
mas vejo outras pessoas
ali no meu lugar

Quando me olho eu vejo
que mais nada restou,
nem inocência, nem sonhos,
não há mais rastros de amor.

Quando me olho, eu não olho
pois não há nada para ver,
só os desejos passados
do que um dia eu quis ser.

domingo, 15 de setembro de 2013

Sem saudosismos

Não acho que a sensibilidade esta no papel, e sim nas palavras.
Na verdade nem nelas, mas nos sentimentos que nelas são postos quando são escritas. Pra mim caneta e papel são só acessórios assim como as palavras.
O que me importa não é se vou receber cartas ou emails, mas se me enviarão afeto.

domingo, 8 de setembro de 2013

Pedido de Casamento.

Eu queria uma casa pequena e minha linda morena.
Nós casaríamos na igreja só para causar com os fiéis.
Compraríamos um gato, que me faria espirrar todos os dias feliz.
Nosso quarto seria bem claro para sobrevivermos aos dias escuros.
Na nossa rua eu picharia um muro para marcar território.

Para fazer surpresa, sairia mais cedo do escritório
E te traria um presente que eu mesma embrulharia.
Eu faria sempre o jantar e você cuidaria do almoço.
O café eu levaria na cama só para te ouvir dizer que me ama.
Eu deixaria bilhetinhos carinhosos na porta da geladeira.

Teríamos três filhos, sei la como isso aconteceria,
mas teríamos dois meninos e uma menina.
A menina seria Lana, Barbara Luna ou Raquel?
Também podia ser Regina, Isadora ou Carolina.
Pros meninos Arthur, Guilherme, Henrique ou Miguel.
Ou talvez Marcos, André ou Rafael.

São tantos nomes bonitos que já nem sei pensar...
Mas a gente tem tempo de escolher até lá.
Agora te digo: Pare de me torturar.
Aceite meu pedido e vamos construir nosso lar.

Se preferir um cachorro eu sou capaz de aceitar,
se não quiser filhos eu posso sobreviver,
se não quiser casar, pra mim basta estar com você.
Se quiser mudar algo, eu não vou me opor.
Posso fazer do seu jeito, desde que façamos, amor



terça-feira, 3 de setembro de 2013

A melhor forma de se fingir felicidade.

Amar em segredo parece seguro.
Cada carinho recebido é como se fosse maior, basta um olhar daquela pessoa para você se sentir um pouquinho mais feliz, da pra imaginar tudo o que pode acontecer sem ter pressa, sem ter medo de tentar algo e estragar tudo.
A sensação de ser amado mesmo que duvidosa é mágica. É por isso que o amor platônico é atrativo; se sentir completo mesmo estando incompleto, se sentir comprometido mesmo estando solteiro. A sensação do apaixonado é sempre a de que é correspondido, mas em segredo. Ao mesmo tempo ele não se arrisca a dizer o que sente e o que quer. Arriscar pra quê? Se mesmo distante ele se sente unido àquela pessoa especial, não é preciso se arriscar.
Amar platonicamente é se jogar no abismo de emoções, mas amarrado em dez cordas de bungee jumping e com um paraquedas de segurança.
Camisinha é um método seguro de se fazer sexo, o amor platônico é uma forma segura de se amar.
A única merda de gostar de alguém em segredo, é que quando aquela pessoa amada te confessa que está amando alguém, que não é você, ela  destrói seu coração em dois segundos. O pior é que você tem que sorrir da melhor forma possível, logo em seguida. Dai aquela pessoa te abraça depois de longos conselhos amorosos e você simplesmente esquece que ela ama outra pessoa e volta a suspirar sentindo o coração acelerado. Sonhando com cada detalhe daquele sorriso... Esperando que um dia ela se toque e veja que você está apaixonado há muito tempo.
Amar em segredo é ser feliz na infelicidade.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Não te digo nada

Querer fazer sexo por fazer
não é injusto pra mim,
mas é pra você.

O que fazer
para ter o prazer
de não ferir alguém
que só queira  o meu bem?

Se só me sinto bem
quando não sinto nada,
o que dizer quando
sei que sou amada?

terça-feira, 16 de julho de 2013

Sem Raízes

Sou uma bromélia epífita, que vira e mexe, resolve embelezar uma árvore diferente.
O pior que sou do tipo que se apega, mas não sei como, continuo a pular de uma árvore à outra.
Sugando seivas diferentes, alguma melhores, outras piores, mas sempre com saudade de alguma outra plantinha.
Eu não deveria ser nômade. Não é o meu natural.
Fui feita para parasitar em um só lugar, sedentariamente.
Tudo bem não criar raízes, mas pular de galho em galho é coisa para macaco e não para planta.
Ainda mais se essa planta é parasita. Deveria ficar paradinha num canto como o nome sugere.
Alguém tem uma solução para esse meu problema botânico?

sábado, 13 de julho de 2013

Presente Passado

Eu lembro em daquele ultimo dia em que te vi.
Entrar naquele ônibus me partiu o coração.
Eu queria ter afagado o seu rosto e dado um beijo delicado.
Nem que fosse na bochecha.

Eu queria ter apertado o abraço e ter te deixado sentir.
Para que você visse o quanto, estar em seus braços, é importante para mim.
Queria eu ter mostrado que o meu objetivo não era roubar seu coração.
E sim roubar a sua dor, secar suas lágrimas.

Se não fosse covarde, teria  segurado sua mão antes de partir
Teria falado o que estava engasgado e não quis deixar sair.
Teria te olhado nos olhos e com minhas pupilas me aberto.
Eu, porém, fui burra deixando tudo em aberto.

Se eu fosse corajosa teria te dado mais que uma mera caixa de chocolate.
Teria te entregue de presente algo que você pudesse ter para sempre.
Uma pelúcia, um cordão, um chaveiro... Algo que meu bolso pudesse te dar .
Algo que guardasse meus sentimentos para que estivessem sempre contigo.

Ao invés disso, tudo que fiz foi fugir. E agora não posso mais te ver.
Foi carma eu ter deixado para outro dia tudo o que eu queria te dizer.
Não posso sequer escutar sua voz nesse momento.
Só me sobrou silêncio, distancia e arrependimento pelo que não fiz.

Então toda força que eu deveria ter usado para te abraçar.
Agora nesses versos tortos eu queria te passar.
Sei que é um presente que você não levará o tempo todo com você.
Mas é, pelo menos, um pouco de tudo aquilo que eu queria te dizer.


sábado, 4 de maio de 2013

Mad


Do dia pra noite, ou da noite pro dia, não me recordo bem a ordem, acordei louca, alucinada, completamente apaixonada. Do outro lado da rua estava o alvo de minha paixão. Não tinha motivo ou razão, simplesmente eu via aquela coisa magnânima, esplendorosa, parecia inalcançável apesar de estar tão perto.


Depois de muito admirar ao longe, tomei coragem. Eu ia atravessar aquela rua. Quando, ainda vidrada naquela grandeza, eu comecei a cruzar a estrada, um caminhão veio e me atropelou repentinamente!


Não me machuquei muito, um pedacinho ou outro do corpo magoado, mas estava tudo bem. Levantei e olhei para aquilo que outrora eu desejava mas havia desaparecido! Atravessei a rua em desesperando procurando pela minha paixão e ao olhar para chão a vi do tamanho de uma formiga, deformada e feia.


Assim como eu havia me encantado sem razão, com razão me desencantei. Balancei a cabeça rindo de mim mesma e atravessei pro meu antigo lado de novo.


A batida do carro deve ter colocado meus parafusos no lugar. A loucura acabou!

domingo, 21 de abril de 2013

I hate Butterflies


Quando dei meu primeiro beijo foi mágico, mas nunca havia sentido borboletas no estômago antes. Já sentiram borboletas no estômago? É a sensação mais aterradora do planeta. 

Quando você tem tudo para atingir seu objetivo, elas entram em cena, te enchem de medo e vergonha e fazem sua cabeça mudar de rumo. Seus lábios, que deveriam encontrar os lábios de um outro alguém, acabam sufocados de medo, calados e sorrindo sem graça. O peito em galopadas e constatação em sua mente: 

"Borboletas no estômago te deixam ligeiramente idiota."


Ainda assim é gostosa a sensação. Não quero me esquecer nunca, mas também acho que não quero elas em meu estômago de novo.

sábado, 6 de abril de 2013

Me ensina essa sua matemática?


Sou bom para criar contos,

mas sou ruim em contas. 
Tento essa incógnita encontrar
mas adiciono, sem querer, 
mais expectativas de você.

Números me confundem, 

palavras me iludem. 
Olho para minha questão
e em fração de segundos
já estou misturando tudo.

Esses meus resultados

quase nunca estão certos. 
Tenho medo de estar 
novamente incorreto. 
Bombei nas últimos testes

Pitágoras, Bhaskara e Tales 

até tentaram formular, 
mas a resposta da função
desse seu coração 
Está difícil de encontrar.

Só me resta calcular

esse conjunto de informações,
fatorar suas expressões,
concluir as equações,
analisar suas estatísticas.

Achar a raiz do problema

E sentir a felicidade plena
de por fim entender
o produto notável 
que há em você.

domingo, 17 de março de 2013

Ciclo sem fim


A vida nos quebra pouco a pouco.
Somos belos jarros na infância,
vasos quebrados na puberdade,
meros cacos na vida adulta
e pó depois da velhice.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Tudo que preciso

Que se apaguem os cigarros.
Que se derramem as bebidas.
Que cancelem todas as festividades.
Podes destruir tudo o que só nos ilude,
mas não jogues fora o sentimento.

De todas ilusões
essa é a que faço questão
e que mantenho.
Passem dias, passem noites,
passem anos e séculos.

Enquanto eu respirar
quero um trago do seu beijo.
Uma dose do seu desejo.
Uma festa de sensações.
Uma nova semana contigo.

Jogue seu corpo contra o meu,
te asseguro que é seguro,
que se jogue no lixo
tudo aquilo que nos impede
de sorrir um para o outro.

Já não quero ser como um louco,
mas a sua falta me faz
querer morrer na embriaguez
por você não ter a sensatez
de me dar nem um afago.

Não faço mais questão
da dupla dose de uísque,
mas preciso que, dessa vez,
você  se arrisque
a ser feliz comigo.