segunda-feira, 9 de julho de 2012

O que será?

O que seria feito com as vidas se não houvesse a morte?
O que seria do depois se não tivéssemos antes?

O que seria da sorte se não fosse o azar?
O que seria do som sem o silenciar?

O que será?
Do tudo, sem o nada?
Do amor, sem o ódio?
Do prazer, sem a dor?
Do calor sem o frio?
Da paz sem a guerra?

O que será da história da terra?
Temo pelo tédio da perfeição.
E por isso me conformo com os defeitos
de um mundo tirano.

O impecável do pecado
é que sem o tropeço
não haveria acerto.
Mas essa tese só funciona
Para os que estão certos
de permanecer no erro.

Minha utopia é achar que é irreal.
O meu delírio é achar que sou louco.
E a minha força é a de poucos que ousam dizer:
Não precisamos do mal para existir o bem.
Não precisamos da fome dos outros para nos saciar.
Não precisamos do retrocesso do outro para avançar.

Precisamos destruir o equilibrio
Para que todos possam estar do mesmo lado da balança.
Precisamos que todos os adultos voltem a sonhar como crianças.
E o que será do futuro não dependerá desse passado turvo.

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