segunda-feira, 2 de julho de 2012

Em uma noite, duas.

Estava chovendo. Encontramos abrigo e sem perigo, nos aconchegamos. Estava tão frio. Nos abraçamos procurando nos aquecer. Só eu e Você. Foi tão lindo o dia, vimos nascer a noite, mas nem queríamos pensar no nascer do dia. Só queríamos curtir aquela alegria, na noite vazia, respirando uma a a respiração da outra. Conversando sobre coisas loucas. Rindo dos momentos sórdidos.
Sóbrias, nos embriagávamos do humor da outra. E a cada vez o mundo girava mais depressa, levando nossa pressa, enquanto esbanjávamos nosso apreço. A cada gesto um carinho, a cada carinho um feitiço. Uma noite que nos deixara sobre um encanto. Parecia um conto, onde o seu canto me encantava e então eu suspirava. Um suspiro tão leve e doce... Puro suspiro. Puro momento.
Corríamos contra o vento. E eu segurava em você para não cair, mas quem te segurava era eu. E você se envergonhava ao falar, mas quem perdia a voz era eu. E cada gesto teu, gerava um gesto meu.
E quando abraçadas, seu cheiro já era o meu, e o meu já era o seu. Mesmo com toda a sutileza e suavidade que tudo acontecia, você me entorpecia com inocência. E, sem indecência, nos enlaçávamos entre afagos e meros gestos de esmero. Eu te botava no colo. Você olhava em meus olhos. E nos cuidando, nos descuidávamos. Em poucos afagos o coração palpitava. e o palpite era a amarra, amora, o amigo, a flora.
O amor.

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